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2015 - Vivendo na visão de Tamar!


Antes de ler este Post, gostaria de convidá-lo a abrir a sua bíblia, e pode até ser por aqui (na net) e fazer uma leitura pontual do Capítulo 38 do livro do Gênesis. Pronto!


No versículo primeiro, conseguimos enxergar e deduzir um Homem que não conseguiu segurar a onda da mentira contada ao pai sobre o paradeiro de José.
Judá parece ter sido o mais afetado com aquele festival de mentiras. Era impossível olhar para o pai e não sofrer com as dores impostas ao velho Jacó, por causa das mentiras que ele e seus irmãos plantaram sobre o paradeiro e o destino, supostamente trágico, de José.
Não sei se este foi o motivo principal, mas certo é que o Judá sai da casa de seu pai e da companhia do restante da família para fazer uma carreira solo. 
O poderoso descendente de Abraão, Isaque e Jacó resolveu abrigar-se na casa de um adulamita.
Gostou da nova casa, da nova vida, das novas experiências, da nova cultura, dos novos amigos. Resolveu constituir família a partir daquela descendência.
Morar longe dos pais e dos irmãos parecia ser uma sobrevida importante depois de tantas decepções, angustias e pecados. Viver longe do velho Jacó o faria esquecer-se dos delitos graves que ele e seus irmãos houveram praticado; afinal de contas, nova casa, nova vida!
Naquela nova etapa, Judá casa-se com Suá e desta relação nascem três filhos homens.
Na concepção judaica o pecado cometido anteriormente havia apagado, era-lhe imêmore.
O tempo tem uma enorme capacidade de atenuar a dor. Mas não tem a mesma capacidade de tornar infértil a nossa semeadura. Seja do bem, seja do mal.
O ranço do seu pecado acompanhou-lhe e foi seu companheiro na criação dos seus filhos. Cresceram. Tornaram-se homens maus, mesquinhos, aproveitadores e sem afeição ao judicioso.
Foram criados e tratados para serem maus. Mesmo tendo uma descendência tão honrada e nobre. Afinal de contas, eram bisnetos do Pai da Fé, Abraão.
Nesta família tão problemática, rica e perversa entra em cena no relato sagrado uma mulher emblemática.
Tamar era auspiciosa, sonhadora e crente das suas convicções de vida. Ela sabia da realeza e da nobreza da família que ela estava entrando. Ela sabia do tamanho da honra que era gerar um filho de um descendente do grande Patriarca Abraão.
Quem sabe o tamanho dos seus próprios sonhos, não se importa com o tamanho das dificuldades intrínsecas no processo de conquista.
Tamar sabia que a oportunidade da vida tinha chegado e cabia a ela agarrar com toda pujança.
O foco dela era um filho, que conseqüentemente lhe daria uma herança e com ela uma posteridade forte e abençoada.
Foco na vida são como degraus, que se interpolam e se conectam, mas é impossível pular os primeiros para alcançar os seguintes. Por isso deve-se entender como uma visão global, panorâmica e finalizada.
Saber que as coisas ruins deste tempo presente, não pode se comparar com a glória que será revelada no futuro.
O casamento com Er foi um arranjo do próprio Judá. Uma dupla honra para a jovem Tamar. Ser escolhida para casar com o primogênito de uma família riquíssima era realmente um brinde que a vida lhe proporcionara.
A bíblia nos dá pouca informação sobre as práticas pecaminosas de Er. Sabemos nas entrelinhas da história que Tamar sofreu muito naquele casamento. As humilhações e as maldades de seu marido eram realmente difíceis de aceitar. Mesmo sem conhecer suas práticas pecaminosas, podemos supor o quão horríveis e maléficas eram, afinal de contas, Deus o matou.
Tamar sofre o segundo solavanco da vida, afinal de contas, perder um marido, mesmo sendo mal e pecador e ainda não ter um filho para descendê-lo, era uma parada duríssima para a jovem sonhadora.
Havia um estranho costume naquela época que versava sobre a necessidade de suscitar uma semente ao falecido, se este não tivesse deixado herdeiro. Cunhados e por fim sogro era os responsáveis pelo resgate da semente do falecido.
Pra cumprir a lei da época, o velho Judá manda que Onã, seu segundo filho, suscite um filho a Tamar. Estes encontros sexuais deveriam ser apenas para efeito de procriação.
Mas como dissemos anteriormente, os garotos foram criados sem o temor de Deus e sem os princípios sagrados e sem a fé que seus avós professavam. Portanto este também era mal. Este Deus também o matou.
A maldade de Onã consistia em derramar o sêmen na terra, no momento da cópula, para que Tamar não fecundasse. Ele não queria dividir a herança com um filho que seria apenas de Tamar e ainda queria uma mulher que pudesse recorrer sempre que pudesse, para alimentar seu instinto perverso e poligâmico.
Mesmo sabendo das perversidades de Onã, Tamar aceitou ser humilhada. Ela tinha um foco.
Pessoas com foco não se inquietam por passar um pouco de humilhação, afinal de contas, o prêmio futuro, compensa.
Há pessoas que por qualquer motivo suspendem a busca pelo ideal para botar tudo a perder por não aceitarem um pouco de afronta. A bíblia nos ensina: “farte-se de afronta”.
Ouvi uma frase fantástica no filme “O poderoso Chefão” que diz: “Nunca odeie seus inimigos, isto atrapalha o seu raciocínio”
E no mesmo filme, ouvi: “Deixe que seus amigos subestimem suas qualidades e seus inimigos superestimem os seus defeitos”
Quando temos um elevado objetivo, um pouco de sabedoria cai muito bem.
Depois destas duas tragédias pessoais, Judá decreta no seu coração que a culpada pelas duas mortes era Tamar.
Judá sequer pensou que a dupla tragédia tinha alguma relação com o crime praticado por ele contra o seu próprio irmão. Judá já tinha esquecido José, mas Deus, não.
Tamar percebe que o coração e a afeição de seu sogro já não lhe eram mais favorável. Depois disso, ela é mandada embora, para a casa de seu pai, para cultivar uma vida de viuvez, até que supostamente Judá lhe desse o terceiro filho.
Tamar sabia não seria mais mãe. Ela percebeu que Judá não estava disposto a cumprir a promessa.
A vida já tinha lhe desenhado o futuro. Estava fadada a viver na viuvez.
Naquela época uma viúva era conhecida pela sociedade pela roupa que usava. Os chamados “vestidos da viuvez” era a indumentária obrigatória para mulheres assim.
Toda manhã, Tamar se levantava e abria o guarda-roupa e lá estava, o negro, indômito e forçoso hábito, que para ela significava o ponto final de todas as possibilidades de felicidade, posteridade, herança e dignidade moral.
O vestido da sua viuvez era a estação final de todas suas glórias e anseios. Era o fim da história.
Há pessoas que aceitam passivamente o fim da estrada. E a maioria destes desolados e frustrados sonhadores, passam o resto da vida a rezingar e falar da má sorte, como um lamento jogral e insano.
Tamar entretanto, preferiu gastar este mesmo tempo arquitetando um plano para sair daquela situação. Ela não aceitava que a vida lhe tivesse obstruído seu ideal, seu alvo, seu foco.
Depois de algum tempo, a esposa de Judá morreu e depois de curar-se do luto que lhe feria, Judá resolve voltar ao trabalho. Resolveu ir a Enaim ver o que seus tosquiadores faziam. A notícia chegou até Tamar.
Tamar viu uma luz no fim do túnel. Viu uma brecha legal para requerer o que lhe era de direito.
Ela vestiu-se de prostituta e ficou à entrada da cidade. Ela sabia que seu velho sogro estava sem mulher há algum tempo. Ela tinha uma pequena chance. Uma única chance.
Talvez se ela mostrasse o seu plano para alguém, possivelmente tentariam dissuadi-la afinal era uma remotíssima chance.
Mas quando pessoas resolvem gastar seu precioso tempo, idealizando alguma saída, Deus está no trono sendo assertivo com o nosso posicionamento. Deus está altamente interessado em ajudar, mas a iniciativa e a disposição deve ser do ser humano.
Quando Judá passa pela entrada de Enaim, sente-se atraído por ela, não sabendo que era sua nora (as prostitutas cobriam o rosto). E combina um pagamento de um cabrito por uma noite de amores com ela.
Tamar pede garantias, ficando com o lenço e cajado de Judá.
Bastou aquela noite para Tamar engravidar do seu sogro.
Ela não estava fazendo nada ilegal. Não estava errada ou moralmente aética.
Deus te dará inteligência para encontrar meios legais, éticos, republicanos e corretos para chegar ao teu ideal.
Não era o cabrito prometido por Judá que lhe apetecia o coração. Tamar não queria um cabrito, ela queria um filho e uma descendência.
Quem tem foco não perde tempo recebendo presentes pequenos. Sutilezas e prazeres efêmeros não podem tirar o nosso olhar do foco!
Depois de três meses foram dizer a Judá que sua nora não respeitou a viuvez e havia adulterado. Judá decretou a sua morte. Ela seria queimada em praça pública!
Imediatamente Tamar manda as provas da sua paternidade a Judá. O exame de DNA estava escancarado e Judá se deu conta da astúcia legal de Tamar para reclamar um herdeiro.
Ele não teve outra coisa a fazer a não ser libertá-la. E ainda teve que reconhecer que Tamar era mais justa e correta do que ele. Teve que fazer uma mea culpa por não ter cedido seu filho mais moço para Tamar.
Quando Tamar deu à luz, eis gêmeos no seu ventre!
Se formos voluntariosos, inteligentes, arquitetos do bem, e gastarmos o nosso tempo buscando uma solução e não murmurando ou aceitando as dores, Deus dará uma porção dobrada para nós!
Pois ele é poderoso para nos dar abundantemente além daquilo que pensamos ou imaginamos. Aleluia!
Se lermos Mateus capítulo primeiro, presenciaremos a genealogia de Jesus com nomes dos famosos patriarcas, mas também leremos assim: “ ... a Judá nasceram, de Tamar, Perez e Zerá...” ou seja, passou por Tamar, Davi e por fim, Cristo!
Se aceitarmos o quadro de tristeza e dor que a vida já nos determinou, fatalmente seremos reduzidos a pó e o nosso nome será sepultado no mausoléu do ostracismo e da insignificância. Mas se usarmos este mesmo tempo para lutar pro uma melhora, por uma porta aberta ou mesmo por uma luz no fim do túnel, Deus escreverá o nosso nome nos anais da história e a nossa posteridade conhecerá a nossa relevância.
Deus não nos chamou para ser irrelevante, ele nos chamou para sorrir e brilhar!  

09/01/2015

Pr. Ozéias Selestino

teologianarede@hotmail.com
















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